quarta-feira, 21 de outubro de 2015

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domingo, 6 de setembro de 2015

O BRASIL VISTO PELOS OLHOS DE...UM FRANCÊS

"Aqui na Ilha as pessoas se satisfazem com muita pouca coisa, vivem muito simplesmente, porém felizes"

Louis num passeio em Gramado/ RS


O Inquietude Brasileira atravessou a Baía de Todos os Santos em Salvador na Bahia e lá conheceu alguém bem interessante. Um francês que já está no Brasil há 15(quinze) anos, sendo 8 (oito) deles em Mar Grande, na Ilha de Itaparica. A identificação dele foi tão grande com o local que o mesmo decidiu montar um restaurante e lá se estabelecer.
A entrevista quebra um pouco a visão superestimada que o brasileiro tem da Europa e dá um enfoque mais positivo ao que o Brasil tem de melhor, as pessoas. Vale a pena conferir!

Nome e idade
Louis Derasse, 44 anos

Terra Natal
Montpellier, França

Lugar em que mora atualmente e há quanto tempo.
Mar Grande, Ilha de Itaparica, Bahia, há oito anos.

Mora com quem? É casado (a)? Tem filhos?
Moro sozinho. Sou divorciado e não tenho filhos.

Já morou em outros lugares antes?
Trabalhei para os resorts Club Med por 6 anos, nesse período teve a sorte de morar em vários países (Turquia, Suíça, México, Haiti, Cuba, Indonésia, Argentina, Brasil)

Teve dificuldades quanto a visto? Quais?
Cheguei com um visto de trabalho de 2 anos para trabalhar no Club Med, saí depois de 1 ano e meio, como resolvi ficar no Brasil, tenha arrendado um restaurante aqui acabei ficando um tempo ilegal. Na época era mais fácil, tenha conseguido abrir empresa e conta bancaria, depois casei e regularizei minha situação.

Do que sente mais saudade de sua terra natal?
Sinto mais saudade dos amigos e a família, algumas coisas de comida e vinho, mas basicamente aqui encontro quase tudo o que eu gosto ou os ingredientes para fazer. 

O que acha mais interessante do local/ pessoas onde mora atualmente?
Moro numa ilha, e ao mesmo tempo a 40 minutos do centro de Salvador, minha casa fica em frente ao mar, é um lugar bastante tranquilo e seguro, é cidade pequena, todo mundo se conhece, e ao mesmo tempo temos acesso a tudo que Salvador oferece, não me sinto tanto isolado como quando morava em Arraial D´ajuda.

O que considera mais estranho/engraçado em termos de comportamento do local ou das pessoas daí?
Aqui na ilha as pessoas se satisfazem com muita pouca coisa, vivem muito simplesmente, porém felizes, quando você pergunta pra eles se não queriam que as coisas melhorassem, eles não entendem o que poderia melhorar, acham que está tudo perfeito.

Já precisou de atendimento médico? Como foi?
Graças a deus nunca teve nada grave, tenho plano de saúde, apesar de muita espera o atendimento sempre foi bom, não posso reclamar muito.

Qual o meio de transporte que costuma usar?
Aqui na Ilha faço praticamente tudo a pé, em Salvador ônibus ou taxi, uso muito pouco o carro já que a cidade está intransitável, esperando o metro...

Como é a segurança pública onde mora?
Ainda é tranquilo, a verdade em 15 anos que moro no Brasil, nunca tive problema de segurança, aqui como em qualquer lugar não pode provocar, ou chamar muita atenção.

Em algum momento sofreu discriminação por ser estrangeiro (a)?
Aqui a gente vai ser gringo a vida toda, na ilha por ser gringo todos acham que sou milionário mesmo tendo uma vida pouca ostentativa. Em Salvador taxi é bandeira 2 qualquer dia qualquer hora. Já no sul quando falo sou da Bahia ninguém questiona.

O que te inquietava e te fez decidir mudar de país?
Teve muitos motivos para sair da França, primeiro desde menino nunca gostei do frio, depois o povo era muito frio pelo meu gosto, ninguém fala com ninguém, todos muito mal humorados. A situação econômica do país era muito decadente também, não conseguia ver um futuro pra mim lá, queria ver outra coisa, apareceu esta oportunidade de trabalhar fora através do Club Med, entrei para fazer uma experiência de 6 meses, e nunca voltei.

Você trabalha com o que? 
Em Paris era engenheiro do som, trabalhava com eventos, há 13 anos eu sou dono de restaurante, e agora também pousada. Realizando outro sonho de criança, sempre amei cozinhar.

A necessidade com toda certeza, faz-nos desenvolver habilidades antes desconhecidas. Acha que a mudança de país fez desenvolver em você algum talento antes desconhecido? Quais?
Entre outras coisas, as línguas, na escola sempre fui muito ruim em línguas (inclusive o francês) morando fora teve que falar inglês, espanhol, e até indonesiano, mas morando no pais veio tudo na maior facilidade.

O que te preocupa?
Vendo a evolução desse mundo fico um pouco preocupado pelo futuro dos meus filhos (que ainda não tenho kkk as pessoas se tornam cada vez mais individualistas, mais materialistas, se desconectam da vida real para viver esta vida virtual muito superficial.

Sabe a língua local? Considera importante?
Claro que é importante. Onde moramos para nos integrar e ter uma vida normal, tem que poder se comunicar com todo o mundo.

Sabe falar mais alguma língua?
Frances, inglês, espanhol

Conhece muita gente do seu país de origem onde mora atualmente?
Conheço alguns, também não fico procurando. Tenho amigos de diversos países.

Como foi a adaptação ao país que vive? Tem amigos?
Já que não era muito adaptado a vida do meu pais de origem a adaptação a qualquer outro pais ficou mais fácil para mim. 

Sua visão de mundo mudou após essa mudança de vida?  Qual foi a diferença?
Morando em diversos países de diversas condições você aprende muito, descobre que existem diversos jeitos de encarar a vida, descobre que sempre tem gente com mais problemas que você, prende a reorganizar suas prioridades, no final é bem positivo, passei 4 meses em Haiti, depois dessa experiência você realiza que sua vida é muito boa. 

Como é custo de vida de onde mora?
Cada mês pior...kkk

Tem alguma dica para quem deseja morar aí? Qual?
Muita paciência e amor pelo lugar

Pensa em morar em outro país diferente? Qual?
Até agora não

Pensa em voltar para sua terra natal? 
Com certeza não

Quais são seus planos para o futuro?
Viver feliz por muitos anos neste pais que me adotou.




Louis em seu Restaurante A casa do vizinho em Mar Grande/BA




Louis em Barra Grande/BA





terça-feira, 1 de setembro de 2015

UM BELO DIA DECIDI MUDAR.....SAUDADE


      O Inquietude Brasileira selecionou as melhores respostas das entrevistas realizadas a brasileiras que moram ou moraram no exterior do que elas mais sentiam saudade de sua terra natal. Olha só as respostas.
    
      *Juliana Cavalari, paranaense morando na Itália – “ Da família e dos amigos.

      *Alessandra Valente, paulista morando nos Açores- “Uiii… Tanta coisa… Da quantidade de dias ensolarados, da comida, das pessoas, da alegria constante (que tem uma relação direta com o clima), de estar perto da minha família, dos amigos de infância, enfim…”

      *Brenda Ramos, baiana morando em Angola- “Vixe... muita coisa! Mas principalmente da família, dos amigos, do meu cão, do mar de Salvador, da Chapada Diamantina e da comida típica da Bahia (feita por minha mainha, claro!!)

     *Carina Saenz, baiana morando na Espanha –“Do calor humano, da família, dos amigos, da comida.... Sinto muita falta da espontaneidade do brasileiro, do jeito leve de viver a vida.”

     *Lucia Ellen, paulistana morando na Irlanda: “Eu sinto, sem dúvida, muita saudade da minha família e dos meus amigos, de algumas comidas que são difíceis de encontrar aqui (como dadinho, sonho de valsa, tapioca, pão de queijo, pastel) e do rodízio de comida japonesa, que amo e aqui é caríssimo!"

     *Élida Márcia, baiana morando na Argentina: “Família”

     *Carla Leão, Baiana morando em Barcelona : “Do calor!”

     *Nereida Tims, baiana morando nos Estados Unidos: “Da minha família e dos meus amigos.”

     *Rosana Rodrigues, baiana morando na Alemanha: “Do clima e da vida em família.”

sábado, 15 de agosto de 2015

Uma soteropolitana na cidade Imperial






Janaina em frente ao Museu Imperial


Meu nome é Janaína, tenho 37 anos, sou professora de Sociologia e advogada. Conheci Petrópolis em Julho de 2012, quando fui visitar meu namorado que há três meses havia se mudado para a cidade por ter aceitado uma proposta de trabalho.

O namoro virou noivado e o casamento aconteceu há quase 1 ano. Então..., vim morar em Petrópolis, uma cidade turística, linda, organizada, limpa, não tão pequena como se mostra a primeira vista, pois tem 310 mil habitantes (mais ou menos o que tem Vitória da Conquista na Bahia). Porém, em termos territoriais, é maior que Conquista, abrange 8 distritos, entre eles, o de Itaipava. É a condição geográfica da cidade que faz com que as ruas sejam estreitas, tenham muitas curvas fechadas, ladeiras totalmente íngremes, e bairros inteiros escondidos pela serra. Ainda estou me adaptando com essa estrutura física de Petrópolis, pois é completamente diferente do que estava acostumada, foram 36 anos morando numa cidade litorânea, cujas ladeiras não parecem ladeiras quando comparadas com as daqui..., é incrível ver como as pessoas sobem tão alto para construírem suas casas e viver. 

Devo confessar que não gosto das curvas, a depender da velocidade e onde o carro ou ônibus esteja, fico tonta e às vezes enjoada.

Em relação ao frio, venho suportando-o bem até o momento, apesar de afirmarem que normalmente é agosto o mês com as temperaturas mais baixas. Não gosto de frio, por isso sempre foi uma preocupação quando resolvi morar aqui. Para piorar, moro em um dos bairros mais frios e úmidos da cidade. Onde tem muita neblina e serração (mas os petropolitanos chamam de “ruço”). É muito estranho para mim estar andando nas ruas e começar a neblinar de tal maneira que não consigo mais enxergar um palmo a minha frente. 

Ainda sobre o tempo, acho bastante curioso como aqui podemos ter mais de uma estação do ano no mesmo dia, muda muito rápido de calor para frio e novamente o calor. Com direito a tempestades, trovões e chuvas que parece surgir do nada, como um dia, quando o sol e o calor lotava a piscina do condomínio e de repente estavam todos de bota e jaqueta. Isso tudo, no mesmo dia.

Acho incrível a capacidade de adaptação do ser humano, pois apesar de terem tidos dias onde o frio aqui me paralisou, todas as vezes que volto a Salvador, reclamo do calor, parece que não me acostumo mais, e no geral, descobri que estava enganada quanto a não gostar do frio. Entre ele e o calorzão, fico com a primeira opção. Se não viesse conviver com o frio, não teria tido oportunidade de descobrir isso na prática e de ter tido oportunidade de mudar de opinião após conviver com os dois climas.

As pessoas são muito reservadas, caladas, discretas e nunca falam de suas vidas e nem perguntam nada sobre você. 

Antes de vir morar em Petrópolis, fui conhecendo a cidade aos poucos, passei muitos feriadões e férias aqui, o que me ajudou na adaptação quando me mudei. A impressão que tinha da cidade sendo tranquila, só se confirmou com o tempo. As pessoas são muito reservadas, caladas, discretas e nunca falam de suas vidas e nem perguntam nada sobre você. Sou uma pessoa muito falante, então estranhei muito isso no início. Porém, devo deixar claro que os petropolitanos são extremamente gentis e educados. Sempre que necessitei de informação, muitas vezes nem precisei perguntar nada diretamente, e recebia a ajuda, pois eles gostam de serem úteis, de orientar. São disponíveis nesse sentido. Antes de vir morar aqui, sempre associava ser fechado, reservado, com falta de simpatia, aqui descobri que são coisas diferentes. É possível ser muito simpático sem ser extrovertido, aberto. 

Não me sinto pronta para avaliar a capacidade dos petropolitanos em fazer novas amizades, pois eu e meu esposo conhecemos um casal de Santos que veio morar aqui na mesma época que meu esposo, pela mesma razão (profissional) e descobrimos uma afinidade muito grande, por isso saímos juntos praticamente todos os fins de semana. 

Através deles conhecemos alguns casais da cidade, todos muito simpáticos, mas não estreitamos nenhuma amizade até o momento, além do casal mencionado. Acredito que isso vá ocorrer quando eu começar a trabalhar, pois sou muito sociável e gosto de conhecer pessoas, ao contrário de meu marido que é um mineiro extremamente reservado, preferindo sair de casa apenas para viajar, um jantar ou barzinho de vez em quando.

Sinto muita saudade da culinária baiana, sou apaixonada por todas as comidas da minha terra natal, e isso foi difícil de acostumar.

Por falar em jantar, quero falar sobre a gastronomia..., Petrópolis é muito perto de Minas, há 1h de carro chega-se a Juiz de Fora, mas antes disso já é ultrapassada a fronteira entre os dois Estados. Por essa razão, a influência da culinária e produtos mineiros aqui é enorme. Há supermercados com nomes que remete a Minas, muitos restaurantes mineiros, bares que vendem torresmos, e o pão de queijo você encontra em qualquer esquina. O distrito de Itaipava é o grande centro gastronômico da região, lá tem restaurantes maravilhosos de todas as especialidades, desde espanhóis, portugueses até italianos. São caros, como em todas as regiões muito turísticas. Particularmente não sou muito fã do tempero mineiro, acho que não temperam muito as comidas como fui acostumada em Salvador. Sinto muita saudade da culinária baiana, sou apaixonada por todas as comidas da minha terra natal, e isso foi difícil de acostumar. Eu tinha o hábito de tomar café com banana da terra ou aipim, aqui são difíceis de encontrar, caros e com a qualidade e sabor diferentes da Bahia. Era um hábito tão simples que me faz uma falta enorme hoje estando aqui. E a tapioca da feira? A farinha de mandioca? O amendoim do São João..., devo confessar que trago sacolas e mais sacolas de tudo isso de Salvador... , ou peço para alguma visita trazer pra mim. É bom demais, não dá pra viver sem.

Sobre a economia da cidade, ela vive basicamente de comércio. Tem um grande polo industrial de roupas, o que atrai sacoleiras de todo o Brasil. Tem uma rua onde as lojas abrem 6hs da manhã todas as quintas-feiras especialmente para receber esse público. 

Não está sendo fácil para eu encontrar meu lugar ”ao sol” profissionalmente, pois apesar de ter muitas escolas particulares na cidade, e de ter colocado curriculum em quase todas, ainda não consegui trabalho na área. É possível que aproveite a fase para começar um mestrado e me dedique também à nova carreira de advogada. Soube que não está tão saturada ainda essa área por aqui. Espero que não. 

É quase impossível alguém ter seu celular ou bolsa roubada na rua.

Outra coisa que me chamou a atenção aqui, são os baixos índices de violência. É quase impossível alguém ter seu celular ou bolsa roubada na rua. Não conheci ninguém que tenha passado por essa experiência. Só para se ter uma ideia, no ano de 2014, uma empresa de ônibus com 82 carros, registrou apenas 2 assaltos! Em um ano, apenas 2 assaltos..., 

Alguém comentou que na semana do Natal, soube que rapazes estavam abrindo a bolsa no centro da cidade, na rua mais movimentada. Mas isso só na semana do Natal, onde a cidade fica quase intransitável por receber o maior número de sacoleiras e turistas. 

É muito bom se sentir um pouco mais seguro, saber que não precisa deixar de atender o celular no meio da rua, ou colocar a bolsa embaixo do banco do carro porque podem quebrar o vidro e pegá-la na sinaleira.... Comparada a Salvador, é quase que um paraíso de segurança aqui ..., as pessoas andam nas ruas tarde da noite sem medo nenhum. A violência aqui é mais pontual em determinados bairros e ruas afastadas.

Sem dúvidas a melhor parte da minha adaptação na cidade foi a maior segurança que ela me proporciona, a gentileza das pessoas, a prestação de serviço, no geral muito melhor do que eu estava acostumada em Salvador. E a minha maior dificuldade está na culinária e na menor oferta de emprego na minha área, também o fato de ter que me acostumar que a maioria das pessoas, infelizmente, fuma. O cigarro aqui é mais do que comum, entre pessoas de todas as faixas etárias, e para mim que tenho renite alérgica, ter que ficar me desviando na rua da fumaça dos cigarros, não é tarefa das mais agradáveis.

A cidade teve uma colonização alemã, e todos os anos no final de junho e início de julho há uma festa típica dos descendentes dos alemães muito grande, a Bauerfest. O trânsito muda, um dos dias é feriado local, ruas são fechadas, são muitos dias de festa, onde até novas cervejas são criadas especialmente para o evento. Atrai muitos turistas, inclusive alemães ou descendentes destes, vindo do sul do país.

Apesar de a cidade ter predominância de pessoas de pele branca, muitos descendentes de alemães, por causa da colonização, não senti preconceito algum por minha cor, aliás, ao contrário, normalmente recebo elogios. Contraste triste com Salvador, onde já fui descriminada, ainda que a Bahia seja o lugar que abriga mais negros fora do continente africano.

Vale ressaltar, que Petrópolis tem uma gigantesca quantidade de pets shops, veterinários e de serviços para cães (táxi, hotéis, cemitério, etc). Isso me deixou feliz, pois tenho uma cadela e amo cachorros! Por ter concorrência, tudo é mais barato aqui, especialmente a roupa canina, e eu precisei comprar roupas quentes para minha cadela que estava acostumada a andar pelada no calor de Salvador.

O custo de vida para morar em Petrópolis, no geral, é muito alto. Ocorre que, Salvador também tem um dos mais alto custo de vida da região nordeste. Assim sendo, não senti tanta diferença em relação a isso.

Mesmo sendo uma cidade de interior, Petrópolis é muito bem estruturada, aqui se encontra de quase tudo. E o que não tem aqui, basta descer a Serra, em 1h você está no centro do Rio. Petrópolis tem 2 faculdades de medicina, o que atrai estudantes do Brasil inteiro. Além disso, possui 2 universidades particulares de grande porte, e um campus da UERJ com o curso de arquitetura. 

Por fim, convido a todos que venham conhecer a cidade imperial, há muita coisa bonita e interessante para ver e fazer por aqui.


Janaína em frente ao Museu Imperial

Janaína no Centro de Petrópolis

Texto Escrito por Janaína Matos




















terça-feira, 11 de agosto de 2015

Caminhada Exploratória ao Memorial do Rio Vermelho

Para quem ainda não conhece essa é uma boa oportunidade de conhecer e para quem já foi tem um motivo especial para repetir a visita à Casa de Jorge Amado na Rua Alagoinhas no bairro do Rio Vermelho em Salvador/Bahia.

Com uma decoração que mistura um quê de  baianidade com a universalidade a qual o nosso o
Ilustre baiano Jorge Amado e sua sempre companheira Zélia Gatai vivenciaram.

Pelos cômodos da  casa é  possível saber da história ligada à literatura com grande influência política que por sinal foi o que uniu o casal.

Este mês em homenagem ao seu aniversário a casa está em festa com oficinas e eventos bem interessantes.Ontem, dia 10 de agosto , excepcionalmente na segunda, por ser o dia do aniversário do amado Jorge teve happy hour com música de muito bom gosto.

Vale a pena fazer uma visita. A entrada é  R$ 20 a inteira de terça-feira a domingo.

domingo, 9 de agosto de 2015

Recife e João Pessoa



Recife(PE)

 A capital pernambucana desponta como principal cidade do Nordeste. Na época colonial destacou-se pela cana-de-açúcar e chamou atenção dos holandeses, que lá invadiram e permaneceram por 24 anos. Nesse momento surgiu a figura do famoso conde Maurício de Nassau que é inclusive lembrado em muitos momentos em museus, ruas e nome de instituições.

Conhecida como a Veneza Brasileira, devido aos seus canais por onde é possível fazer passeios de barco. Eu fiquei bem pouco tempo e não deu tempo de conhecer todos os encantos dessa importante cidade.


O desembarque foi na madrugada do dia 20 de junho em Recife e de lá direto para o Hotel. Vale inclusive um alerta, cuidado com aquelas pessoas que ficam oferecendo transportes alternativos no aeroporto. Devido ao horário caí na bobagem de pegar um desses e o que seria o equivalente a uma viagem do Aeroporto a Piedade, onde estava o Hotel em Jaboatão dos Guararapes (região metropolitana do Recife),que sairia R$ 30(trinta reais), saiu a R$ 50 (cinquenta reais). Melhor deixar no taxímetro.

O Hotel que fiquei foi muito bom o Dan Inn Mar Recife, com ótimo café da manhã, de onde se podia ter uma bela visão da Praia da Piedade. Vale a pena dar um passeio nessa Praia e também na da Boa Viagem que fica ao lado. No entanto com muito cuidado pois ambas tem trechos bem desertos e não custa nada ficar alerta.


Vista do Hotel na Praia da Piedade

Como a Praia de Boa Viagem tem uma Orla extensa, é possível encontrar também uma feirinha onde se vende de tudo. Bom para comprar lembranças. Vale lembrar que é nessa praia que aparecem os famosos tubarões recifenses.

Olinda é com toda certeza um local imperdível de se visitar, com ladeiras e cores. De lá é possível ver o mar cor de esmeralda que Recife oferece. Vi poucas barracas, a visão da Igreja da Sé e da Caixa D´Água Alto da Sé foi o que mais me deslumbrou. Paguei R$ 8(oito reais) na subida do elevador panorâmico.


Mosteiro de São Bento



Uma coisa que percebi foi que todo o qualquer artista lhe cobra um taxa de R$ 20 (vinte reais), isso vale do vendedor de um desenho das ruas da cidade à um repentista. Um casal que conheci falou que um repentista parou do lado deles e disse que só sairia se eles pagassem o valor. Logo, se não estiver afim de pagar, fuja dos rapazes com um violão debaixo do braço...rsrsrs.
Olinda



Vista lateral da Igreja da Sé
                                   
Vista da Caixa D´àgua
                                   

Porto de Galinhas(PE)

Na minha estada em Pernambuco, fiz uma segunda visita a Porto de Galinhas, situada no município de Ipojuca. Esse translado que levava  e trazia ao Hotel foi lá mesmo fechado, cujo valor foi R$ 60(sessenta reais) por pessoa, saindo as 08h e com retorno às 17h. Ao chegar lá foi ofertado um passeio de Bugue cujo valor foi R$ 50 por pessoa ( total de R$ 200 pelo aluguel). O passeio dura de três a quatro horas e faz parada em quatro praias entre elas Muro Alto e Maracaípe. O bugueiro foi bem solícito.



Lá em Porto de Galinhas tem muito passeio interessante, que vai do mergulho com cilindro a passeio as piscinas naturais. Fiz esse último por R$ 20(vinte reais), em torno de quarenta minutos pude ver de perto os peixinhos e uma desenho dos corais do que dizem ser o mapa do Brasil.
Bom.. Porto de Galinhas é imperdível e vale a pena passar uns três dias lá.


Passeio de Jangada para Piscinas Naturais



                                                                       

Ilha de Itamaracá (PE)

De carro alugado fomos de Recife para João Pessoa, mas no entanto, demos uma parada na ilha de Itamaracá, que vale visitar pelo Forte Orange, que estava fecha para reforma, e o Eco Parque Peixe Boi, onde se pode assistir a um filme sobre os animais aquáticos e ver alguns peixe-bois.

O forte foi erguido pelo holandeses em 1631,quando lá estiveram. O Brasil , colônia de Portugal,foi invadido pelos holandeses após o reino português honrar com sua parte num acordo cujo produto era a cana de açúcar.

A praia é bonita mas pouco cuidada aos passeios oferecidos até a Ilhota Coroa do Avião, pois foi fechado um valor e no final quiseram cobrar a maior. Deve-se ficar atento.



João Pessoa (PB)

Minha estada foi bastante curta na cidade, mas sem sombra de dúvidas superou minhas expectativas no que tange a beleza de sua praia urbana.  Fiquei em Tambaú e chama atenção os prédios não serem tão altos como em Recife. Você pode caminhar pelo calçadão de maneira tranquila admirando a bela Orla.

A Feira do Artesanato é imperdível de se visitar e depois parar numa lanchonete próxima para comer um tapioca. Gente é enorme a tapioca de lá. Quase uma refeição.

O Hotel onde fiquei estava localizado nessa praia, mas não era tão bom quanto o anterior localizado em Recife. Com mofo nas paredes e pingueira no banheiro. 


Tapioca Deliciosa


Campina Grande (PB)

Como estava em João Pessoa em pleno São João, vale a pena vistar o berço do forró, Campina Grande. Passei apenas um dia lá e posso indicar o Museu de Arte e o Sítio São João, local gostoso, que lembra um arraial, com Igrejinha, casinha, engenho de açúcar e duas áreas onde revezavam durante todo o dia Trios Nordestinos.

Não pude ir até onde acontece o "furdunço", no Pátio do Povo. Lá, segundo uma senhora é impossível ficar parado.

Muito forró, gente animada e feliz. As pessoas dançam horas seguidas sem parar, muito agradável de se ver. O São João nesse lugar com certeza só podia ser danado de bom.






















quarta-feira, 29 de julho de 2015

"Acho que estou me encontrando com o povo brasileiro"

Foco: Daniela Soceanu, Romena Italiana
Texto: Tata Cunha
Tradução:Daniela Soceanu


Mi  identifico molto con il popolo brasiliano.


Daniela na Pousada onde trabalha



Bastam poucas palavras para notar que aquela mulher, apesar de bastante sorridente e simpática, não é brasileira. Com sotaque difícil de identificar, Daniela Soceanu, 43 anos, tem uma interessante jornada.  


Ci vogliono poche parole per notare che questa donna,  sorridente e gentile, non è brasiliana. Con accento difficile da identificare, Daniela Soceanu, 43, ha avuto un  incontro interessante .

Nascida em Galatz, cidade da Romênia ou Romania(como ela chama sua terra natal) , de onde saiu aos 22 anos, junto com sua mãe e irmã e partiram para Milão, na Itália. “Romania passou por um período de ditadura, de comunismo,a vida lá era muito difícil e faltava muita  coisa, além da curiosidade de conhecer outros países, viver um mundo diferente” justificou Daniela. Na Itália formou-se em enfermagem e ficou por 12 anos onde inclusive casou.

Nata a Galati, in Romania ( la sua terra d'origine), che ha lasciato con 22 anni, insieme a sua madre e la sorella e partì per Milano, Italia. "La Romania ha attraversato un periodo di dittatura, il comunismo, la vita era molto difficile e mancavano molte cose, cosi la mia curiosita di  conoscere altri paesi e  di vivere in un mondo diverso" justifico  Daniela. In  Italia si è laureato in scienze infermieristiche ed è rimasto per 12 anni sposata con un italiano.

No entanto, a crise européia fez com que ela junto com seu então marido mudasse os planos de vida. Como o marido tinha parentes brasileiros, vieram a passeio para essa terra interessante e terminaram por fazer dela sua nova morada.  “A primeira escolha foi pelo clima!”, acrescenta. Daniela, já está há 10 anos no Rio Grande do Norte, mas especificamente em Pipa mora com seus dois filhos, um de cinco e outro de oito anos de onde parece não pensar em sair.

Tuttavia, la crisi europea ha fatto  cambiare  i suoi piani di vita. Come suo marito aveva parenti brasiliani, sono venuti a visitare questa terra interessante e ha fatto  di lei il suo nuovo indirizzo. "La nostra  scelta è stata per  il otimo clima!" aggiunge  Daniela. Ci sono già 10 anni che abbita in  Rio Grande do Norte,  in particolare in Pipa dove vive con i suoi due figli, di cinque e  otto anni e non pensa di cambiare. 

Por que a escolha por Pipa, RN?
Come mai la scelta di Pipa, RN?

Pipa foi um caso, tivemos uma oportunidade de trabalho, abrimos um restaurante italiano. Então Pipa foi um caso. Foi bom.

Pipa è stato un caso abbiamo avuto l'opportunità di lavorare,  abbiamo aperto un ristorante italiano,una ottima esperienza.

Como foi a sua adaptação na Itália? E no Brasil?
Come è stato il tuo adattamento in Italia? È in Brasile?

A primeira é sempre mais difícil. O destaque da família, seus costumes. Brasil foi mais fácil para mim. Na Itália foi mais difícil, pois é gente um pouco mais fechada, mais preconceituosa com os estrangeiros . Com a idéia de que os imigrantes são todos iguais, mas eu conheci logo meu marido que me inseriu em sua família.

Il primo cambiamento è sempre il più difficile: il distacco della famiglia, la propria cultura. Il Brasile è stato più facile per me.  In Italia è stato  più difficile per il preconcetto riguardo agli stranieri.Io non ho risentito molto ,ho conosciuto quasi subito mio marito e  mi sono integrata in nuova  famiglia.

E como relação à língua? Já falava o italiano?
E per quanto riguarda il linguaggio? Parlavi gia  italiano?

Não. Trabalhando, morando no lugar, aprende por força mesmo. A mesma coisa no Brasil que aprendi o português, com dificuldade, mas aprendi.
No,ma lavorando e vivendo la ho imparato. La stessa cosa in Brasile ho imparato portoghese, con difficoltà, ma ho imparato.

Com o que já trabalhou?
Que lavori a fatto?

Eu sou enfermeira, estudei na Itália,cheguei a fazer a Biomedicina. No Brasil trabalhei sempre com turismo. Estou procurando fazer o meu trabalho, quem sabe no futuro consigo voltar. Eu gosto de pediatria, é minha especialidade.
Io sono  infermiera, in Italia ho studiato per tecnico de laboratorio biomedico e in Brasile ho sempre lavorato con il turismo. Sto cercando di fare il mio lavoro, magari in futuro potrò tornare in  pediatria, che e la mia specialità.

Você tem vontade de regressar para Itália ou Ramania?
Vorresti tornare in Italia o Romania?

Eu acho que o lugar onde você mora é o seu  lugar. Você se adapta, cria amizade, justamente tem saudade da família, dos amigos e de todo o seu passado, mas depois de um pouco, féria, tudo, você quer voltar para casa. A casa é onde você mora, onde você atualmente criou aquela coisa do trabalho. Então eu acho que por enquanto minha casa é Brasil.
Io penso che dove  vivi è il tuo vero  posto.La tua casa e la dove sono i tuoi amici,il tuo lavoro i affetti che ti sei creato. Quindi credo che per ora la mia casa è il Brasile.Mi manca si molto la mia famiglia.

O que mais te chama atenção no povo brasileiro?
Cosa ti ha colpito di piu  nel popolo brasiliano?

A alegria. As vezes alguém pode chamar de irresponsabilidade, mas eu acho que eles são muito alegres, tem uma vida mais leve. Acho que estou me encontrando com o povo brasileiro.
La gioia. A volte qualcuno potrebbe chiamare irresponsabilità, ma penso che siano molto felici, hanno una vita piu alegra. Mi  identifico molto con il popolo brasiliano.

Quais os planos para o futuro?
Quali sono i tuoi piani per il futuro?

Acho que quando os filhos estiverem um pouco maiores viajar. Eu viajei muito, conheço a Europa, muitos lugares, eu vou voltar a viajar. Viajar é muito bom.
Quando i bambini saranno più grandi  di tornare a viaggiare. Ho viaggiato molto in Europa e  conosciuto dei bei posti. Viaggiare è ottimo.
 
Com os filhos

Com seu um dos seus filhos e sua prancha