sábado, 22 de novembro de 2014

UM BELO DIA DECIDI MUDAR ....PORTUGAL

"Meu desejo conseguiu ser maior que o medo de falhar, e isso se deve a inquietude do meu ser, sempre a buscar qualquer coisa nova e feliz!" Alessandra Vlente
Alessandra Valente na Ilha de São Jorge (Açores)


Com essa maravilhosa frase o Inquietude Brasileira apresenta sua nova entrevistada Alessandra Valente que, fazendo jus ao sobrenome, decidiu há dez anos sair do Brasil em busca dos seus sonhos, e escolheu Portugal para seu lar. Dos dez anos, quatro foram em Lisboa e os últimos seis nos Açores. Quem não conhece o local vale dar uma visita no texto, aqui do lado direito da tela.

Totalmente ambientada ao país e a cultura local, viu na língua uma facilidade que lhe atraiu, apesar de suas peculiaridades. Mesmo tendo sofrido preconceito não desistiu ou pensou em voltar ao Brasil. Alessandra é um ótimo exemplo de inquietude e vontade de renovação. Bom, melhor ler e conhecer por si mesmo essa linda e simpática lusa brasileira.



Nome e idade
Alessandra Valente, 42 anos

Terra Natal
São João da Boa Vista- SP - Brasil

Lugar em que mora atualmente e há quanto tempo
Ilha Terceira, Açores, Portugal- 10 anos

Mora com quem?
Meu marido, Paulo Ávila

É casada? Tem filhos?
Sim, não tenho filhos, infelizmente…

Já morou em outros lugares antes? 
Sim, 4 anos em Lisboa, 1 ano na ilha do Pico, 2 anos na ilha de São Jorge e vivo há 2 na ilha Terceira

Teve dificuldades quanto a visto? Quais?
Não precisei de visto para entrar em Portugal, no entanto precisei me legalizar  e isso sim foi muito dificil. Muita burocracia e leis que retardam o processo de legalização,  só tendo conseguido minha legalização após 4 anos a viver em Portugal.

Do que sente mais saudade de sua terra natal? 
Uiii… Tanta coisa… Da quantidade de dias ensolarados, da comida, das pessoas, da alegria constante (que tem uma relação direta com o clima), de estar perto da minha família, dos amigos de infância, enfim…

O que acha mais interessante do local/ pessoas onde mora atualmente? 
Vivo numa ilha que é chamada de “parque de diversões dos Açores” e entendo perfeitamente esse título, as pessoas são loucas por festas, dos mais novos aos mais velhinhos, eles não perdem uma festa por nada, de início tinha dificuldade de acompanhar o ritmo, contudo sinto-me integrada culturalmente e já não prescindo de uma “festinha”.

O que considera mais estranho/engraçado em termos de comportamento do local ou das pessoas daí? 
Definitivamente a mania por limpeza, eles são mesmo perfecionistas quanto a isso, o que me irrita um pouco, afinal… Sou casada com um açoriano, rs…

Já precisou de atendimento médico? Como foi?
Sim, foi eficaz!

Qual o meio de transporte que costuma usar?
Carro e Autocarro (ônibus)

Como é a segurança pública onde mora? 
Boa, para ser sincera nunca precisei pensar muito sobre isso, não sinto insegurança ou medo.

Como é custo de vida de onde mora? 
Estamos em crise, uma crise financeira daquelas… Mas penso que é justo, pelo menos quando comparado ao custo de vida no Brasil, pagamos impostos altos , mas temos direito a educação e a saúde, bens básicos e essenciais!

Em algum momento sofreu discriminação por ser estrangeira? 
Uiii… Muitas vezes, direta e indiretamente, prefiro passar a frente e tentar não ligar, com o tempo isso deixa de existir.

O que te inquietava e te fez decidir mudar de país?
A procura por uma vida nova, a vontade de conhecer lugares e pessoas diferentes, com modos de vida totalemente diferentes do meu… E finalmente, a vontade constante de me testar, avaliar meus próprios limites e me redescobrir.

Você trabalha com o que? 
Vendas! O que sempre fiz, o que gosto de fazer, e o que me vejo a fazer no futuro, cada vez mais, descubro como gosto de lidar com as pessoas e descobrir o mundo atraves de seus olhares .

A necessidade com toda certeza, faz-nos desenvolver habilidades antes desconhecidas. Acha que a mudança de país fez desenvolver em você algum talento antes desconhecido? Qual?
Vários, mas o principal deles foi acreditar em mim mesma, na minha capacidade de começar do zero todas as vezes que o precisei fazer (e foram algumas, rs…)

Considera-se uma pessoa inquieta?
Muito, tanto que emigrei! Meu desejo conseguiu ser maior que o medo de falhar, e isso se deve a inquietude do meu ser, sempre a buscar qualquer coisa nova e feliz!

Sabe a língua local? Considera importante?
Sim, português! Mas atenção, estamos a falar de português de Portugal, o que é bem diferente e com sotaque! Rs…

Sabe falar mais alguma língua? 
Não… Infelizmente… Minha pedra no sapato, acho que ainda preciso passar uns meses em outro país e perder mais esse medo (ridículo, diga-se de passagem, rs…)

Conhece muita gente do seu país de origem onde mora atualmente?
 Sim, e sempre que escuto um sotaque brasileiro fico logo de ouvido em pé para me apresentar e dizer: Também sou brasileira!

Como foi a adaptação ao país que vive? Tem amigos?
Foi difícil por um lado e fácil por outro, quando se tem certezas e as coisas são vividas com alegria, tudo se torna mais fácil! Tenho amigos, alguns perto, outros ficaram pelos lugares onde vivi, mas tenho todos no coração!

Sua visão de mundo mudou após essa mudança de vida?  Qual foi a diferença?
Totalmente… Mas agora, neste momento, so consigo pensar na imensidão do mundo… Como foi importante saber que existem outros valores, outras culturas, o que nos enriquece tremendamente.

Tem alguma dica para quem deseja morar aí? Qual? Se é essa sua vontade, siga em frente, quando temos um objetivo nada nos para,  o universo conspira a nosso favor, e quando for difícil a abertura de uma porta, Deus vai lhe abrir janelas! Foi, e é assim comigo, todos os dias!

Pensa em morar em outro país diferente? Qual? Tenho muita vontade, mas deixo isso por conta do destino.

Pensa em voltar para sua terra natal?  Ainda não  senti vontade de voltar a viver no Brasil, mas também não digo que nunca, o futuro a Deus pertence!

Quais são seus planos para o futuro?: Viver, cada vez mais e de maneira cada vez mais feliz, poder estar mais vezes em contacto “físico” com minha família e com meus irmãos que me fazem uma falta imensa…
Alessandra Valente (10 anos de Portugal)



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